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Habilidades são poderes que um agente tem para realizar várias ações. Elas incluem habilidades comuns, como caminhar, e habilidades raras, como fazer um backflip duplo. Habilidades são poderes inteligentes: são guiadas pela intenção da pessoa e executá-las com sucesso resulta em uma ação, o que não é verdade para todos os tipos de poderes. Estão intimamente relacionadas, mas não são idênticos, a vários outros conceitos, como disposição, know-how, aptidão, talento e potencial.
Teorias de habilidade visam articular a natureza das habilidades. Tradicionalmente, a análise condicional foi a abordagem mais popular. Segundo ela, ter uma habilidade significa que a pessoa realizaria a ação em questão se tentasse fazer isso. Nesta visão, Michael Phelps tem a habilidade de nadar 200 metros em menos de 2 minutos, porque o faria se tentasse fazê-lo. Esta abordagem foi criticada de várias maneiras. Alguns contraexemplos envolvem casos em que o agente é fisicamente capaz de fazer algo, mas é incapaz de tentar, devido a uma forte aversão. Para evitar estes e outros contraexemplos, várias abordagens alternativas foram sugeridas. Teorias modais de habilidade, por exemplo, enfocam o que é possível para o agente fazer. Outras sugestões incluem definir habilidades em termos de disposições e potenciais.
Uma distinção importante em relação a habilidades é entre habilidades gerais e habilidades específicas. Habilidades gerais são habilidades possuídas por um agente independente de sua situação, enquanto habilidades específicas dizem respeito ao que um agente pode fazer em uma situação específica. Assim, enquanto um pianista profissional sempre tem a habilidade geral de tocar várias peças de piano, não têm a habilidade específica correspondente em uma situação onde nenhum piano está presente. Outra distinção diz respeito à questão de se a execução bem-sucedida de uma ação por acidente conta como ter a habilidade correspondente. Neste sentido, um hacker amador pode ter a habilidade efetiva de hackear a conta de e-mail de seu chefe, porque pode ter sorte e adivinhar a senha corretamente, mas não a habilidade transparente correspondente, já que é incapaz de fazê-lo de forma confiável.
O conceito de habilidades e como elas devem ser entendidas é relevante para vários campos relacionados. O livre arbítrio, por exemplo, é muitas vezes entendido como a habilidade de fazer outra coisa. O debate entre o compatibilismo e o incompatibilismo diz respeito à questão de se essa habilidade pode existir em um mundo governado por leis determinísticas da natureza. A autonomia é um conceito estreitamente relacionado, que pode ser definido como a habilidade dos agentes individuais ou coletivos para governar-se a si mesmos. Se um agente tem a habilidade de realizar uma determinada ação é importante para saber se ele tem uma obrigação moral de realizar esta ação. Se ele a tem, pode ser moralmente responsável por realizá-la ou por não realizá-la. Como no debate do livre arbítrio, também é relevante se ele tinha a habilidade de fazer outra coisa. Uma teoria proeminente de conceitos e possessão de conceitos entende esses termos em relação a habilidades. Segundo ela, é necessário que o agente possua tanto a habilidade de discriminar entre casos positivos e negativos quanto a habilidade de tirar inferências para conceitos relacionados.